7 de jan. de 2007

A história não mudou quase nada (filme)


É o que mostar o filme Quanto Vale ou é por quilo? de Sérgio Bianchi. A dinâmica do filme se dá em traçar um paralelo entre o período da escravidão e os dias atuais no Brasil, focalizando a crítica na preponderância econômica das relações: escravo = produto, no século XVIII e pobres = produto, nos dias atuais. Ontem, os senhores de escravos utilizavam as "mercadorias" como sub-produto de seus lucros, hoje, seriam na visão do autor, as instituições "assistencialistas" através da filantropia, o neo senhor no que diz respeito ao estancamento da autonomia da classe pobre no Brasil.
O filme engloba questões raciais, marketing assistencialista, crime, violência, crítica cinematográfica e humor. Em cena Lazaro Ramos, Hérson Capri, Caco Ciocler, Ana Lúcia Torre, Silvio Guindane, Ana Carbatti, Myrian Pires, Lena Roque.
Um bom filme e super diferente. Realismo em cena embricado com ficção. Muito do que é tratado pode ser encarado como caminho para o entendimento do que acontece no Brasil, mas existe também uma caricaturização em excesso das ongs por parte do filme. Interessante conexão entre século XVIII e os dias atuais, em relação ao "apart-heid" e ao racismo camuflado existente no Brasil. Produção bancada pela Petrobras e pela Secretaria de Cultura do Rio.
Edoneidade, altruísmo, filantropia, assitencialismo, social e outras palavras são tratadas pejorativamente e inteligentemente, de forma que se conclui que as ONGs são um bando de mercenários e se utilizam da pobreza para seu próprio crescimento econômico.

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