30 de set. de 2007

apoie os manifestantes na Mianmar/Birmânia AVAAZ

Terça-feira monges e monjas budistas, altamente respeitados em Mianmar, deram início a uma marcha pacífica. O protesto rapidamente se espalhou e está crescendo aos milhares todos os dias pelas ruas de Mianmar. Os monges e monjas quebraram a ciclo de medo criado pela ditadura militar e restauraram um esperança que não se via há duas décadas em Mianmar.
Porém essa esperança está pendurada por um fio. Os militares estão receosos em atacar os respeitados monges mas uma repressão violenta já começou - manifestantes já foram espancados e tiros foram dados.
Esse é um dos momentos em que o apoio global pode fazer uma diferença. Os poderes presentes na ONU, especialmente a China, podem pressionar os militares de que uma repressão violenta terá uma grave repercussão internacional. Esse é o momento para apoiarmos os monges e povo de Mianmar e mostrar que chegou a hora de uma mudança para a democracia.
O povo está ganhando as ruas de Mianmar hoje. Vamos mostrar que pessoas de todo o mundo estão com eles. Clique aqui para assinar a petição e espalhe a notícia para seus amigos:

Jogue o jogo: AVACALHE O BUSH

A amiga Jaque Machado enviou sugestão para jogar o jogo: Avacalhe o Bush

"O nível de diversão não é muito alto, exceto para quem apresenta tendência esquerdista, para mulçumanos e para democratas." Jaque Machado

Eu construí um Bush bem tirano e capitalista!

Novas Tecnologias e Movimentos Sociais - Artigo

Novas Tecnologias e Movimentos Sociais: do partido de Lênin às redes da sociedade civil e às comunidades virtuais

Autor: Nilton Bahlis dos Santos(*)

fonte: http://www.rits.org.br/redes_teste/rd_tmes_SET2007.cfm

Resumo
Os ativistas jovens dos movimentos sociais talvez não conheçam os livros de Lênin "Por onde começar?" e o "Que Fazer?", referências inevitáveis no debate sobre organização partidária nos anos 1970/80. Neles, Lênin afirmava que um jornal era um importante instrumento de coesão político e ideológica e um organizador da ação partidária.

Em uma época onde a democracia inexistia e em que os trabalhadores não tinham acesso à informação, uma época de centralizaçãoo absoluta do Estado, e, principalmente, quando a sociedade ainda não ganhara complexidade, parecia viável reunir organicamente os setores majoritários da população em torno de um único programa e de um plano de ação dirigido pela "teoria científica".

Hoje, com a complexidade adquirida pela sociedade fica inviabilizada a estruturação hierárquica e centralizada dos movimentos. A rapidez com que se modificam o contexto político, as relações de forças e os interesses e dinâmicas dos diversos setores, desbordam qualquer possibilidade deles serem contidos neste tipo de estrutura.

Isto esta na raiz da crise com que convivemos dos organismos do Estado, e das organizações partidárias e sociais. As novas tecnologias e a Internet, porém, viabilizam formas de organização o que permitem incorporar e conviver com a mais ampla diversidade; possibilitam a convergência das dinãmicas particulares e às vezes até contraditórias existentes dentro dos movimentos, e oferecem possibilidades e instrumentos efetivos para uma organizaçãoo social que ganha a forma de rede e se apresenta através de uma multiplicidade de organizações civis e de comunidades virtuais.

O Partido de Lênin: um Dispositivo de Interação Virtual
Os jovens militantes e ativistas dos movimentos sociais talvez não conheçam, mas os mais antigos certamente lembrarão dos livros de Lênin "Por onde começar?" e "Que fazer?", referências inevitáveis quando se discutia a questão da organização partidária.

Nessas publicações, Lênin propunha a tomada de poder como objetivo estratégico e apontava a necessidade de construção de um partido de combate capaz de estruturar a ação política, consolidar aliançs estratégicas e de longo prazo, e dirigir as classes trabalhadoras para o assalto ao poder:

    "Nos falamos de criar uma 'sólida organização de combate' para atacar de frente, para assaltar ao absolutismo" (...) "A constituição de uma organização de combate e de agitação política são obrigatórias em qualquer circunstância (...) porque em um momento de explosão, de conflagração, será demasiado tarde para criar uma organização. Ela precisa já estar pronta, para desenvolver imediatamente sua atividade". (Lênin, 1973, p. 14).

Naquele momento, ele se colocava a questão de "por onde começar?" Deveria se começar por um jornal, respondia. Em uma época onde a democracia inexistia, onde os trabalhadores não tinham acesso à edução e quando a produção de informação era restrita, em uma época de centralização e absolutismo do Estado, e, principalmente, quando a sociedade ainda não ganhara complexidade com que convivemos hoje, a possibilidade de reunir de maneira orgânica e disciplinada setores significativos, hegemônicos e até majoritários da população, em torno de um único programa e plano de ação, orientado por uma "teoria científica", parecia uma possibilidade real.

Naquelas condições, um jornal poderia ser um importante instrumento de coesão política e ideológica, e, principalmente, um organizador e instrumento para estruturar, no tempo e no espaço, a ação partidária e de massas:

  • O jornal pode ser "o ponto de partida de nossa atividade, o primeiro passo concreto para criaçã da organização desejada; o fio condutor, enfim, que nos permitirr expandir sem cessar esta organização em profundidade (...) para toda a Rússia" (Lênin, 1973, p. 17).
  • Ele serve a generalização e globalização da luta: "precisamos um jornal, sem o que, toda a propaganda e agitação sistemática fiel aos princípios e abarcando todos os aspectos da vida, são impossíveis". Este jornal complementa a "agitação fragmentária da ação pessoal, os panfletos e brochuras elaborados localmente, pela agitação generalizada e regular" (Lênin, 1973, p. 17).
  • O jornal poderia estruturar a ação revolucionária no tempo, pois "a frequência e regularidade de produção e de aparição (e difusão do periódico) permite medir de forma mais exata o grau de organização atingido..."; e no espaço, pois estenderia a ação política no território, unificando a luta revolucionária em escala nacional. Permitiria superar a "dispersão, pois a imensa maioria dos social-democratas está absorvida por necessidades puramente locais que reduzem seus horizontes e a envergadura de seus esforços..." (Lênin, 1973, p. 17).

A forte presença de concepções estalinistas na tradição dos partidos comunistas durante um longo período, assim como de resto no conjunto da esquerda, terminaram por reduzir as concepções de Lênin a um aspecto de suas formulações: a importância do jornal como irradiador de posições e instrumento para a vanguarda introduzir, na classe operária, de "fora para dentro", a consciência "para si". Mas nas formulações acima podemos verificar que o Lênin que pretende é construir o que podemos chamar de um Dispositivo de Interação Virtual (DIV).

O Periódico criado para toda Rússia é antes de tudo uma "armadura", uma Rede capaz de viabilizar a ligação entre todos os militantes e camadas avançadas do bloco de classes que se pretende construir, com extensão nacional, com o objetivo de assaltar o poder. Ao centrar suas forças na criação do Jornal periódico, ele não se preocupa apenas com as relações efetivas existentes entre os militantes daquele momento, mas com a criação de relações virtuais entre todos os ativistas potenciais, viabilizando a expansão ou retração do Partido nos diversos momentos do processo e para permitir que ele possa acaudilhar e dirigir as massas insurretas na hora decisiva.

Mas o que é um DIV? Conforme Navarro (1996) um DIV:

    Tipicamente permite estabelecer relações virtuais entre agentes: isto é, relações nas quais a interação entre os mesmos nao chega a concretizar-se efetivamente, ficando somente incipiente e indefinida em sua complexidade real. São relações que se constituem numa espécie de 'expectativa abstrata de interação'. (...) Na medida em que possibilitam, sustentam, fomentam e constrangem as interações virtuais, os DIV se convertem de maneira generalizada, num pressuposto de agenciamento dos indivíduos, formando um âmbito cada vez mais amplo de suas ações, onde a reificação das relações entre tais indivíduos resulta inevitável.

O "Periódico para toda a Rússia", proposto por Lênin, é um dispositivo especifico capaz de construir o Partido. E este Partido guardará uma similitude de estrutura e de características com o sistema e os fluxos de informaçõo que serão criados por tal dispositivo. Como o Jornal (broadcast - de um para muitos), ele constrói relações centralizadas e hierarquizadas, de cima para baixo (ainda que pretenda também originar um feedback), através de uma cadeia de organismos que "representam" e acionam os níveis inferiores.

A concepção de partido de Lênin em geral esteve associada ao partido operário, e, evidentemente, o fato de se tratar um tipo particular de partido, um partido conspirativo que pretende assaltar o poder, deixou suas marcas com tintas carregadas em suas formulações. Mas os traços fundamentais de seu Partido (além do caráter conspirativo) são os mesmos de qualquer partido republicano.

Temos uma concepção onde:

    1) O partido é a organização de uma classe ou fração de classe em torno de seus interesses e projetos mais gerais. A coerência deste partido se dê em torno de um projeto (enquanto uma formulação abstrata sobre sua possibilidade de exercer o poder) que corresponderia aos interesses do conjunto dessa classe (ou fração) em detrimento de outras:

    2) Este partido luta por sua hegemonia na sociedade atraindo algumas classes ou frações e golpeando outras; e, conquistado o poder, impõe seus interesses sobre o conjunto da sociedade;

    3) Do anterior se gera um potencial de alternância de poder e de hegemonia, por via eleitoral ou pela força, entre projetos de diferentes classes ou frações.

A coerência necessária neste tipo de partido gera a reprodução deste modelo no interior dele próprio. Ele será dirigido por seus setores mais coesos, organizados e majoritários (no caso do partido leninista o proletariado industrial das grandes fábricas), que devem atrair ou neutralizar alguns setores e impor sua hegemonia sobre outros. Para manter a coerência e para que esta hegemonia possa resultar em uma ação centralizada, feito o debate, a minoria deve se colocar a disposição da maioria. Para impedir que as lutas internas sejam dilacerantes, surge o modelo do centralismo democrático. Todos podem defender seus interesses, mas definida a maioria, todos devem unificar sua ação em torno das posições da maioria.

Tal e qual um fractal, este modelo de organização política se reflete em todas os níveis e esferas da vida social construindo hierarquias e pirâmides por toda parte.

Sistemas simples e Complexos
Na pesquisa feita para elaboração de nossa tese de doutorado (Santos, 2005) procuramos mostrar como as concepções, formas de organização e ação social podem ser consideradas como elementos de uma cultura determinada, que chamamos de "Ordem do Livro". Esta cultura está estreitamente relacionada à construção da escrita e da Imprensa, e a irradiação de suas características cognitivas para todo o tipo de prática social. Procuramos então observar que o tipo de processamento que se estabelece a partir da escrita (de divisão em partes e recomposição do todo como soma das partes), e da análise como fonte originária da ciência, caracteriza um determinado sistema particular de informação: um sistema de informações finito, e que exatamente por ser finito pode ter uma organização e estrutura estável capaz de se estender no espaço e se desdobrar em um tempo absoluto.

O que fazemos neste artigo é estender esta observação para o terreno político, mostrando que a democracia representativa é a expressão política desta cultura e que, ela esta condicionada pelas características particulares deste tipo de sistema. Em outras palavras, o modelo político representativo tem os mesmos condicionantes e constrições dos sistemas simples com sua estrutura hierárquica e causal.

Cabe ressaltar, no entanto, que esta estrutura hierárquica e causal só se torna possível enquanto encontra uma relativa estabilidade, isto é, quando as relações de forças apresentam características de continuidade. Ocorre, porém, que a complexidade das sociedades de hoje inviabiliza a estruturação hierárquica e centralizada permanente das organizações e movimentos, visto a rapidez com que se modifica o contexto político e as relações de forças. Assim conforme se caracteriza uma nova hegemonia, quando ela impulsiona seu projeto, o quadro de conjunto se modifica, pois as dubiedades passíveis de se manter no nível abstrato dos programas, quando colocadas em prática, provocam desdobramentos e consequências que levam a novos alinhamentos.

Qualquer observador atento ao quadro político pode verificar a rapidez com que as unanimidades, eleitorais ou de outro tipo, desmoronam após processos políticos intensos. Este desmoronamento é tanto mais avassalador quanto mais centralizado e abrupto foi seu desenlace.

A complexidade e a diversidade, o interesse e as dinâmicas diferentes dos diversos setores, em um sistema complexo, desbordam qualquer possibilidade de serem estruturadas e contidas em estruturas centralizadas. Este é o elemento que parece estar na raiz das crises políticas e sociais dos organismos do Estado e das organizações partidárias que vivenciamos hoje em dia e de sua incapacidade de estabilização por períodos prolongados.

Na verdade, ainda que os Partidos sejam estruturados a partir de programas políticos gerais, sua ação política só ganha consistência prática ao nível das ações pontuais e localizadas. É neste nível que eles ganham materialidade e onde as ações políticas são constrangidas pelos agentes locais, ganhando nesse âmbito formas particulares.

É de conhecimento público que as contradiçõçes entre o programa dos eleitos (assim como dos que assaltam o poder) e suas aões posteriores são mais frequentes do que se poderia desejar. Se antes essa contradição não se mostrava explicita isto era fruto da generalidade dos programas, da pouca transparência da ação governamental, porque apenas eram visíveis as suas ações mais importantes e, principalmente, porque entre a formulação dos programas e seus desdobramentos decorriam grandes períodos de tempo.

Se antes eram raros os momentos que se abriam de intervenção política para o cidadão, determinado por processos eleitorais ou por situações revolucionárias, com o aumento da complexidade (determinado pela multiplicação de práticas e do grau de informação / consciência dos processos em curso) o terreno da disputa se desloca para a ação cotidiana que é onde se materializam as políticas.

É essa a razão porquê, de algum tempo para cá, vivemos situações de abruptos desequilíbrios que não podem ser diretamente associados à estruturação de hegemonias políticas construídas em longos períodos de acumulação de forças. Vimos isto no caso da decomposição do bloco socialista ou na queda do muro de Berlim, onde o poder simplesmente desmoronou em lugar de ser assaltado por um partido estruturado.

Nos sistemas complexos, a modificação constante das relações permite que um processo menor e aparentemente secundário crie uma correlação de forças localizada, capaz de desequilibrar o conjunto do sistema, impossível de ser prevista, pois não obedece a relações causais. Nesta situação uma estrutura centralizada é incapaz de absorver e conviver com as dinâmicas dilacerantes que se manifestam, e encontrar um novo equilíbrio.

A experiência das eleições espanholas de 2004 é sintomética. O sentimento da população de que o governo estava tentando enganá-la sobre os episódios ocorridos dias antes do escrutínio foi o mais importante fator para a decisão da população de varrer do poder o partido governista.

Alguns dias antes dessa eleição na Espanha ocorreu uma série de atentados a bomba na rede ferroviária, originando uma grande quantidade de mortos. O atentado era uma ação de resposta de estrangeiros muçulmanos ao envio de soldados espanhóis ao Iraque, mas o governo tentou responsabilizar o ETA pela ação levado por seus interesses eleitorais. A versão não se sustentou em função das prisões e outros indícios que se sucederam, mas preocupado em não atrair atenções para sua política belicista o governo tentou manter sua versão até depois das eleições, pois faltavam apenas algumas horas para elas. Formou-se então uma rede de comunicação da população, por celulares, onde, com a ampla circulação de informações, aconteceu um processo de sincronização de opiniões, criando-se um consenso na população sobre a manipulação do Governo. O resultado foi o repúdio popular e a derrota nas eleições. Até esse evento a vitória do governo era tida como inevitável.

Evidentemente que a participação da Espanha na invasão do Iraque era suficientemente importante para provocar descontentamento. Mas conforme as pesquisas mostravam, sua importância provavelmente não seria suficiente para decidir o voto popular. A percepção da intenção do governo de enganá-la, foi o fator aleatório que provocou uma sincronização de interesses diversos e onda capaz de, em questão de horas, modificar a situação de conjunto.

Sistemas Dinâmicos e Complexidade
O tipo de processo descrito no tópico anterior entra em contradição com estruturas que se propõem ser permanentes e que estabelecem papéis e pesos determinados para os diferentes agentes do sistema. Em sistemas dinâmicos, como os sistemas complexos, os pesos e papéis dos diferentes atores encontram-se em constante modificação. O que em um momento é fonte de força, no momento seguinte é fonte de fragilidade, pois as cartas so constantemente embaralhadas.

Não é novidade a modificação que se verifica na situação de conjunto quando se realizam determinados objetivos estratégicos. Na própria experiência da revolução russa, como em todas revoluções socialistas, vemos uma situação que se repete. Se o partido revolucionário, com sua estrutura centralizada e hierárquica, é capaz de acaudilhar as massas e viabilizar sua insurreição, ao fazé-lo, no mesmo ato modifica estruturalmente o quadro de conjunto da correlação de forças. Na nova situação, a centralização torna o partido incapaz de se adaptar à nova situação onde "mil flores florescem" e onde se manifestam interesses específicos e contraditórios de cada setor da sociedade.

A diferença é que antes este processo se desenvolvia em dezenas de anos. E então podíamos considerar que o partido é que tinha mudado (se degenerado) e não que ele perdera atualidade em uma nova situação criada. Agora, com o aumento da complexidade, quando o sistema e a produção de informações ganham características infinitas, este processo pode ocorrer em horas como vimos na Espanha.

Um problema complementar é que as contradições provocadas pelo crescimento da complexidade se reproduzem no interior dos próprios partidos e estruturas políticas. Se uma organização centralizada é capaz de estruturar um número limitado de elementos, quando tende ao infinito, a subdivisão sucessiva da sua estrutura em arvore é obrigada a se ampliar, aumentando a distância entre a topo e a base. Isto provoca um crescimento desproporcional desta cadeia causal em número e peso dos elementos intermediários. O peso da estrutura tende a ser cada vez maior, sugando e consumindo seus recursos e energias até que o sistema se esvai na manutenção da própria estrutura e desmorona sob seu próprio peso.

Os debates sobre corrupção, nepotismo e uso do poder para fins privados, assim como o aumento do custo da máquina administrativa, podem encontrar então um olhar particular.

Podemos dizer que o desperdício e a corrupção são o "custo" dos intermediários,devido ao tamanho e a hiper-centralização do sistema, condição da qual, aparentemente não se consegue fugir e onde, no máximo, conseguiremos identificar e reduzir o que é mais aberrante.

Estas observações nos levam a conclusão de que os partidos e os instrumentos de centralização do sistema político, tais como são concebidos, entram em contradição com as novas dinâmicas que vivem as sociedades de hoje e tendem a perder gradualmente sua força. Como exemplo, as formas tradicionais de democracia baseadas na representaçãço e intermediações (por períodos duradouros), tendem a se mostrar incapazes de absorver e canalizar estas dinâmicas em constante mutação, em particular quando a informação é abundante.

A perda de importância das organizações políticas gerais, que já vem ocorrendo, não significa, ao contrário do que dizem alguns, uma despolitização da sociedade. A prática política em um sistema complexo busca outros canais e se cola mais a dinâmica cotidiana. Ela se desloca para o terreno onde a política se materializa, isto é, no nível local, entendido como prática específica e não como algo espacial. Neste "lócus" é que os conflitos e interesses concretos tendem a se desenvolver e ser negociados. Isto aumenta a importâcia das organizações da sociedade civil que se transformam em espaço de ação política em torno de práticas específicas, viabilizando uma diversidade de tipos de ação, assim como de organizações que dão expressão à complexidade da vida social e permitem que ela se manifeste em sua diversidade.

Neste quadro as novas tecnologias, ao mesmo tempo em que aprofundam a complexidade, viabilizam a criação de novos tipos de Dispositivos de Interação Virtual mais adaptados às suas dinâmicas. A diferença dos DIVs anteriores, estruturados a partir da Imprensa, é que as novas tecnologias viabilizam sistemas complexos, descentralizados e interativos, onde o centro se desloca de um para outro ponto, a cada momento, dependendo dos processos e relações entre os diferentes agentes que se desenvolvem e se modificam constantemente.

Estes sistemas podem incorporar diferentes espaços e tempos e diferentes culturas. Enquanto nos sistemas simples a emulação se verifica pela competição e concorrência, nos sistemas complexos ela é emulada pela cooperação.

Ao contrário dos sistemas simples os sistemas complexos não podem ser descritos por uma racionalidade externa e superior a eles próprios, e não podem ser desmontados em partes e decompostos em relações causais com uma relativa permanência.

As tentativas de submeter os sistemas complexos a uma iniciativa centralizada se dissipam, submetidas a uma multiplicidade de ações originadas nos processos de sincronização entre os seus infinitos agentes. As dinâicas e características que assume o sistema, ao contrário do que ocorre nos sistemas simples onde parecem corresponder a uma cadeia de relações causais, são aqui frutos de processos emergentes cuja determinação se encontra em outro nível.

    Usamos aqui o conceito de emergência apontado por cientistas empenhados em entender sistemas que usam componentes relativamente simples para construir inteligência de nível mais alto, onde agentes locai desenvolvem ações seguindo regras simples que são capazes de gerar estruturas surpreendentemente complexas (Johnson, 2001).

    (Este tipo de sistemas) "resolvem problemas com o auxílio de massas de elementos simplórios, em vez de contar com uma única 'divisão executiva inteligente'. São sistemas bottom-up (de baixo para cima), e não, top-down (de cima para baixo). Pegam seu conhecimento a partir de baixo. Em uma linguagem mais técnica, são sistemas adaptativos complexos que mostram comportamento emergente. Neles, os agentes que residem em uma escala começam a produzir comportamento que reside em uma escala acima deles: formigas criam colônias; cidadãos criam comunidades; um software simples de reconhecimento de padrões apreende como recomendar novos livros. O movimento de regras de nível mais baixo para a sofisticação de nível mais alto é o que chamamos de emergência" (p. 14) (Johnson, 2001).

Estes processos emergentes criados por sociedades cada vez mais complexas, com suas características de auto-organização, entram em contradição com a dinâmica centralizada ehierarquizada das estruturas políticas da democracia representativa, originando graves crises, com confrontos e alternância entre processos de cima para baixo e processos emergentes.

As novas tecnologias permitem a criação de dispositivos de interação que servem como base para que se desenvolvam novas formas de organização que possibilitam a incorporação e convivência da mais ampla diversidade, assim como a convergência das diferentes dinâmicas particulares e às vezes até contraditórias existentes dentro dos movimentos. Neste sentido, as novas tecnologias podem oferecer suporte e instrumentos efetivos de organização social. Evidentemente, que não será uma organização social hierárquica e centralizada , mas uma organização que ganha a forma de rede e que se apresenta como uma multiplicidade de organizações civis e de comunidades virtuais.

As novas tecnologias, como o jornal de Lênin, podem estruturar uma ação política. Algumas experiências já mostram este potencial: iniciativas para dar uma maior transparência à ação política e administrativa, ao colocar certos serviços diretamente sob o olhar e ação do cidadão (prestação de contas sobre recursos, controle de suas informações, de sua situação e seus direitos nos diferentes setores do estado, plebiscitos, etc.), ou da compra de produtos e serviços para o estado através de pregões eletrônicos (que provocaram uma baixa de preços nas licitações). Mas, mais do que isso, elas viabilizam a constituição de comunidades virtuais, mecanismos interativos e redes que se expandem e se comprimem, se fundem e se dividem, suficientemente flexíveis para provocar sincronizações e absorver as contradições entre diferentes setores da população e se constituir em ações políticas muito superiores às forças que lhe deram origem, se transformando por isso mesmo em um imenso potencial regulador.

Nesses marcos torna-se necessário repensar, a partir de dinâmicas de baixo para cima, não apenas as organizações políticas, mas também as políticas públicas.


(*) Nilton Bahlis dos Santos É Pesquisador do Cais (Laboratório de Estudo e Pesquisa em Comunicação e Saúde do CICT - FIOCRUZ), especialista em processos complexos, Interação e Comunidades Virtuais e foi moderador da Comunidade Cris-Brasil.


Bibliografia Citada:

JOHNSON, Steven. Sistemas Emergentes. Madrid: Turner Publicaciones/ Fondo de Cultura Econômica, 2003. 260 pp.

LENIN, Vladimir. Par oú commencer? In V.Lênine - Oeuvres. Moscou V.5, 1973. 594 p.

NAVARRO, Pablo. Internet como dispositivo de interação virtual,1997. Disponível em: http://www.netcom.es/pnavarro/Publicaciones/InternetDispoInteracVirtua.html Acesso em 5 de dezembro de 2004.

SANTOS, Nilton Bahlis dos. A Ciência da Informação e o Paradigma Holográfico: A Utopia de Vannevar Bush. Tese de Doutoramento em Ciência da Informação - Ibict/Ufrj. Orientador Aldo Barreto Rio de Janeiro, 2005. 185 p. Disponível em: http://biblioteca.ibict.br/phl8/anexos/niltonsantos2005.pdf.

27 de set. de 2007

EXCURSÃO 6º BIENAL DO MERCOSUL

EXCURSÃO 6º BIENAL DO MERCOSUL

Pelotas - POA

Dia: 29.09.07 (sábado)

R$ 36 pila!

Ainda tem 4 vagas

contato: janainaschvambach@yahoo.com.br / 8122 7363

26 de set. de 2007

Ana He-man Amélia de Brasília

Gothik Night + Tokyo Nights - Sábado 29/09 - Urban Revolution

Taxi com auxílio eletrônico linguístico em Madri na Espanha

El delegado de Seguridad y Movilidad del Ayuntamiento de Madrid, Pedro Calvo, durante el acto simbólico de entrega del diccionario electrónico, en la Oficina de la Comisión Europea, esta mañana. Ha estado acompañado por el director de la Representación en España de la Comisión Europea, José Luis González Vallvé, y los presidentes de las asociaciones profesionales del taxi: Eladio Núñez -Asociación Gremial de Auto taxi- y Mariano Sánchez -Federación Profesional del Taxi-.

Logo Madri 2016


A população de Madrid escolheu a opção proposta pelo argentino Joaquin Mallo para marcar a candidatura da cidade a sede das Olimpíadas de 2016.
A votação foi via internet e o logo de Mallo teve 32% dos votos.
Mallo explicou que "os aros olímpicos se humanizam e com um traço contínuo se convertem en uma mão".

ROCK QUE PARIU - DIA 29 SÁBADO

Filmes brasileiros em busca da estatueta

O Ministério da Cultura já contabilizou inscrições de 14 filmes para a seleção do representante do Brasil que será indicado para concorrer a uma das cinco vagas da categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2008.
Até o final da tarde da quinta-feira, dia 20, a Secretaria do Audiovisual do MinC já havia recebido as inscrições dos seguintes filmes:

  • A Grande Familia, O Filme, da Globo Filmes (estréia em 26/1/2007, exibido por 112 dias)
  • Antônia – Tangerina Entretenimento Ltda (estréia em 9/2/2007, exibido por 56 dias)
  • Batismo de Sangue – Helvécio Ratton (estréia em 20/4/2007, exibido por 120 dias)
  • Cidade dos Homens – O2 Filmes (estréia em 31/8/2007, exibido por 31 dias)
  • Fabricando Tom Zé – Goiabada Productions, Muiraquitã Filmes, Primo Filmes e Spectra Midia (estréia em 13/7/07 e ainda em exibição)
  • Muito Gelo e Dois Dedos D’água – Lereby Produções (estréia a partir de 6/10/2006, exibido por 98 dias)
  • O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias – Gullane Filmes (estréia em 2/11/2006, em exibição até 6 de setembro de 2007)
  • O Céu de Suely – VideoFilmes Produções Artísticas (estréia em 17/11/2006, exibido por 153 dias)
  • O Cheiro do Ralo – Primo Filmes, Geração Conteúdo e RT Features (estréia em 23/3/2007, ainda em exibição)
  • O Dono do Mar – Ampla Produções e Planifilme (estréia em 3/8/2007, exibido por 20 dias)
  • Ó Paí, Ó – Dueto Filmes e Participações LTDA (estréia em 30/3/2007, em cartaz por 116 dias)
  • O Passageiro - Segredos de Adulto - Flávio R. Tambellini (estréia a partir de janeiro de 2007, exibido por seis semanas)
  • Primo Basílio – Lereby Produções (em cartaz a partir do dia 10/8/2007, ainda em exibição)
  • Tropa de Elite – Zazen Produções Ltda (estréia a partir de 14/9/2007, ainda em exibição em sala comercial de Jundiaí, SP, conforme declaração da produtora e informação confirmada pela Ancine)

Pela primeira vez, o PT ao vivo na internet


Amanhã um dos grupos organizados do PT, liderado pelo Ministro da Justiça Tarso Genro, realizará seminário em Brasília para discutir a eleição dos próximos dirigentes do partido. É a primeira vez que uma atividade do PT será transmitida ao vivo pela internet. O seminário começará às 19h. Para assisti-lo, basta acessar www.mensagemaopartido.org.br

O grupo conhecido como "Mensagem ao Partido", está disposto a lançar candidato próprio à sucessão de Ricardo Berzoini (PT-SP), atual presidente do PT. Mas topa negociar um nome capaz de atrair o apoio de outras tendências.

25 de set. de 2007

Pisos salariais do jornalismo aumentam acima da inflação

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS assinou nesta terça a convenção coletiva com as entidades patronais, estabelecendo os pisos salariais de R$ 1.220 para os profissionais que trabalham na Capital e de R$ 1.000 para os que atuam em veículos do Interior. Para salários até R$ 4.500, foi aplicado o índice de 3,57%, referente à inflação medida pelo INPC entre junho de 2006 e maio de 2007. Para os ganhos acima de R$ 4.501, será aplicado o valor fixo de R$ 160,65.
Os pisos acertados significam aumentos acima da inflação. Na Capital, o índice chegou a 3,87% e, no Interior, a 4,69%. Conforme foi decidido em Assembléia do Sindicato na segunda-feira, o acordo não contém a cláusula que estabelecia o banco de horas, como queriam os patrões. Também vigora até maio de 2008 - a proposta patronal de dois anos não entrou no acordo.
Uma das cláusulas prevê que o pagamento das diferenças salariais, referente aos meses de junho, julho, agosto e setembro de 2007, será inserido na folha de outubro, a ser paga no início de novembro. Isso não impede que empresas paguem antes do prazo acordado.
"Aceitarmos a proposta anterior do patronato significaria a adoção da compensação de horas extras, algo que nunca acontece nestes casos", explica o presidente do Sindicato, José Nunes. Segundo o dirigente, o tamanho do acordo foi proporcional ao volume da mobilização da categoria. Por isso, conclama os profissionais a começarem a discutir formas de modificar o quadro para a convenção do próximo ano. "O Sindicato está disposto a percorrer as redações e debater com os colegas. Não podemos ficar inertes", defende Nunes.

www.jornalistas-rs.org.br

Quer ser sexy? Não fume!


da Folha Online: Apenas 9% dos brasileiros consideram sexy o ato de fumar, revela pesquisa Datafolha publicada na edição desta segunda-feira da Folha de S.Paulo (íntegra só para assinantes da Folha ou do UOL). O resultado aponta que a imagem sexy do cigarro, construída pelo cinema e pela publicidade por mais de 50 anos, caiu no Brasil. Os que discordam da imagem somam 85%, e 6% não têm opinião. De acordo com o levantamento, 83% dos entrevistados aprovam as campanhas contra o fumo. A reportagem mostra que só 12% dos entrevistados consideraram as peças "exageradas, mostrando os males causados pelo consumo de cigarros de maneira sensacionalista". Para o levantamento, foram ouvidas 2.771 pessoas a partir de 16 anos em 164 municípios do país nos dias 14 e 15 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u330873.shtmlEsta
Também no blog: amoraspalavras.zip.net.

Grupo Pulsares abre exposição nesta quarta no MALG


O MALG e a SaMALG têm o prazer de convidar para a primeira exposição do Grupo Pulsares realizada na cidade de Pelotas. Constituído por professores e estudantes do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Pelotas, e coordenado pela professora e curadora Neiva Bohns (IAD/ UFPel), o grupo tem como objetivo desenvolver projetos que associem a produção contemporânea em artes visuais a reflexões sobre a importância da preservação do patrimônio público de valor artístico, histórico e cultural. Participam da mostra os jovens artistas e designers Francisco Zanetti, Tatiane Kuhn e Fabiane Luckow, que partiram de suas próprias experiências no espaço urbano do centro histórico da cidade de Pelotas para produzir trabalhos em mídia digital. O projeto educativo que acompanha a exposição será coordenado pela artista e professora Vivian Herzog, e tem como objetivos desenvolver as capacidades perceptivas e criativas de crianças, jovens e adultos, assim como a consciência da necessidade de preservação do patrimônio público. A vernissage será em 26 de setembro, quarta-feira, às 18 horas. A exposição poderá ser visitada até 14 de outubro.

24 de set. de 2007

Duas Palestras interessantes essa semana sobre Cultura

"La Oficina del Historiador y la Arqueología patrimonial".
Ministrante: Lourdes Domínguez / Oficina del Historiador / La Habana / Cuba

Local: Sala 01 do Curso de Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural –
Rua Barão de Santa Tecla, 408.
Data: 26 de setembro de 2007
Horário: 19h.
Entrada gratuita
Promoção: Curso de Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural/ ICH / UFPel Laboratório de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (LEPAARQ/UFPEL)



"Projettos de cooperacion internacional e cursos de Restauracion e conservacion en america latina."
Ministrante: Andrea Pappi / Consultor da Unesco e do Instituto Ítalo-Latino Americano (Iila).
"Storia e Restauri della Cappella Sistina"
Ministrante: Cecilia Santinelli / Professora de História da Arte e Teoria da Restauração do Centro Europeu de Restauração de Florença

Local: Anfiteatro do Instituto de Artes e Design, Rua Alberto Rosa, 62.
Data: 28 de setembro de 2007
Horário: 10h.
Entrada gratuita
Promoção: Curso de Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural/ ICH / UFPel Núcleo de Restauração do Centro Federal de Educação Tecnológica/CEFET
Parceria: IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Unidade Executora do Monumenta/ SECULT

23 de set. de 2007

As desvantagens do sistema proprietário Windows Vista

Vejam a análise do professor sobre o sistema Windows Vista.
Marcos Simões

Por Walter Del Picchia
Windows Vista, o último sistema operativo da Microsoft, vem carregado de sistemas de proteção anti-cópia e de bloqueio de conteúdos por pressões de entidades como a congênere da SPA americana e outras, supostamente para combater a pirataria. Esses sistemas estão integrados na programação básica do sistema, motivo pelo qual são muito difíceis de cancelar ou contornar.
O resultado é que, se você instala o Windows Vista, ou compra um computador que o traga pré-instalado, já não poderá ver ou gravar vídeos nem ouvir ou gravar música descarregada da Internet.
O mais grave é que, em muitos casos, tampouco poderá fazê-lo mesmo que tenha comprado legalmente o sistema, porque o DRM (sistema de protecção de direitos de autor) integrado não permite, por exemplo, que se possa copiar uma canção de um CD (comprado legalmente) para o seu leitor de MP3. Nem que possa gravar uma compilação de canções (compradas legalmente) para o leitor de CD do seu carro. E, freqüentemente, nem sequer poderá reproduzir um filme (comprado legalmente) no seu computador ou em qualquer outro meio que não seja um reprodutor específico autorizado pela Microsoft e pelos fabricantes de conteúdos. Se você tentar fazê-lo, a reprodução será de má qualidade ou será pura e simplesmente impedida.
A única solução segura para evitar estes abusos é não instalar o Windows Vista, e recusar a compra de qualquer computador que o traga pré-instalado.
Continue a utilizar o XP, ou considere a hipótese de mudar para um sistema operacional "livre", como o Linux. Se você, como eu, considera inaceitável este procedimento por parte da Microsoft, re-envia este e-mail aos seus contactos. Talvez ocorra que, se a Microsoft se der conta de que não consegue vender o Vista por causa desta barbaridade, pensem melhor no assunto para a próxima vez.

Renan ou Brasil por Emir Sader

1. O Brasil não é melhor nem pior com Renan ou sem Renan no Senado.

2. A oposição e seu partido - a mídia oligopólica - tinham toda a informação sobre Renan - a Monica Veloso foi da TV Globo vários anos -, como tinham sobre Severino Cavalcanti e outros. Quando lhes interessa, transformam em pauta nacional.

3. Setores da esquerda - do PT, PSB, PSOL - se deixaram levar pela pauta da direita, que conseguiu fazer com que o país desaparecesse durante mais de quatro meses, como se o problema fundamental do Brasil fosse Renan no Senado ou não.

4. Atacaram a Renan não por razões morais - quantos outros parlamentares, da própria oposição, cometeram tantas ou mais irregularidas do que o Renan? -, mas políticas, por considerar que enfraquecem a base política do governo, afetando sua aliança com o PMDB.

5. A mídia oligárquica foi derrotada. Tinha promovido a pauta nacional o tema Renan, conseguiram, apoiados em sua máquina monopolista e seus jornalistas e colunistas subservientes - todos funcionários remunerados de redações sem nenhuma democracia interna -, fazer desse o tema essencial do país. Condenaram a Renan, supostamente em nome da "opinião pública" e foram derrotados.

6. Atacam o Congresso, como atacam o governo e todas as instâncias democráticas eleitas - como os sindicatos, os movimentos sociais -, para debilitar ainda mais o Estado, os governos, os parlamentos e a política, para impor mais ainda os interesses de que são porta-vozes: os do mercado e das grandes empresas que dominam o mercado.

7. Preferem sempre entidades não eleitas, não-democráticas, como o Banco Central, a própria mídia, a Igreja, as FFAA, as grandes empresas privadas.

8. O governo, mais uma vez, sangra pelas políticas de aliança partidária que realiza. Se enfraquece não por suas políticas, mas pelos aliados.

9. Nem sequer a esquerda luta por um tema muito mais importante da reforma do sistema político: o financiamento público das campanhas, que coíbe em parte o papel do dinheiro nos processos eleitorais.

10. Quem elegeu o Parlamento atual? O povo. Quem influenciou e influencia a opinião popular? A mídia oligárquica. Renan e todos os outros não cairam do céu.

11. Enquanto isso os índices sociais demonstram que o país está melhor - ou menos ruim - com as políticas sociais atuais, mesmo com a manutenção do modelo econômico, com adaptações. A luta da esquerda tem que ser por um modelo que priorize as políticas sociais, na luta por uma democracia com alma social. Para isso, tem que lutar para que se rompa a monopólio da mídia mercantil, que busca impor ao país suas pautas e condenar ou absolver conforme seus interesses, em nome de uma suposta "opinião pública", que reiteradamente tem lhe negado esse direito. Colocar em pauta o Brasil real e suas lutas fundamentais - por um modelo econômico centrado em índices sociais.

Artigo de autoria do ministro Gil trata de direitos autorais

Proteção dos bens artísticos e criativos

“O direito autoral voltou hoje a ser premissa e uma das finalidades da política cultural brasileira. A política para o direito autoral é estratégica porque diz respeito à soberania do Brasil e de nossos criadores na emergência

da sociedade do conhecimento.”

Ministro Gilberto Gil


Um artigo assinado pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, no qual ele discorre sobre valorização da criação e proteção aos autores, foi publicado no último domingo (16 de setembro), pelo jornal Folha de S.Paulo.
No texto, sob o título A importância dos direitos autorais, são abordadas questões que vêm mobilizando a opinião pública. Um leque de assuntos relacionados ao Direito Autoral foi destacado: a globalização, as novas mídias e tecnologias, a pirataria, a legislação brasileira e as políticas públicas para o segmento.
Na opinião do ministro Gil, é fundamental que seja promovido “um amplo debate com a sociedade e com todos os atores envolvidos na questão autoral”, por meio de um fórum nacional - encontros, seminários e oficinas -, que o Ministério da Cultura realizará.

Leia o artigo “A importância dos direitos autorais”em:

www.cultura.gov.br/noticias/artigos/index.php?p=29797&more=1&c=1&pb=1

Ambientalismo e Educação são as principais linhas de atuação da vereadora paulista Soninha

Recebo sempre o boletim da vereadora paulista Sonhinha. Aqui pesquei uam das notícias que recebi que acredito não ter fronteira, assim, não é somente divulgada em São Paulo.

BIBLIOTECA DIGITAL
A Editora Fundação Perseu Abramo colocou 43 de seus livros à disposição para dowload integral e gratuito. Os autores vão de Mark Twain e Celso Furtado a Paul Singer, Aloysio Biondi e Maria Rita Khel, entre outros. Coisa fina.

21 de set. de 2007

20 de set. de 2007

4 anos do CDM


Exposição C.D.M. admite: 4 anos de embuste (não mais preocupado com a própria direção)

O Coletivo C.D.M. - Centro de Desintoxicação Midiática comemora 4 anos com exposição em Pelotas.

O grupo de autoproclamados “pseudo-artistas” mostra seu trabalho no Fondo Blanco Restobar em Pelotas, de 21/09 a 05/10, em comemoração aos 4 anos de atividade – ou melhor, em comemoração aos 4 anos de embuste do grupo. Com a participação da convidada cornflake, a mostra fica disponível para visitação no local de segunda a sexta à noite.

Após aparições nem sempre furtivas e muitas vezes involuntárias do coletivo por eventos em cidades tão diversas quanto São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre e Pelotas, esta será a segunda vez que o C.D.M. escancara (de forma independente) seu trabalho para o público com local, período e hora definidos. Isso porque o espaço tradicional das intervenções do C.D.M. é o tecido urbano, onde já realizou mais de 10 Re-ações que lançam mão de recursos e técnicas simples (como lambe-lambes, stickers, banners reutilizados e estênceis aplicados em tapumes visualmente poluídos e no envelopamento de suportes de mídia exterior), além da veiculação de vinhetas em sistemas de propaganda de áudio na via pública.

O local da exposição, cedido ao Coletivo de maneira incondicional pelos proprietários, não poderia ser mais apropriado para um evento do grupo. Muito longe de ser um lugar que se autodefine cult mas não passa de um fake - como não raro ocorre na noite pelotense - o Fondo Blanco mistura autenticidade e simplicidade com uma capacidade de se reinventar sem perder a essência, o que garantiu ao restobar a fidelidade de um público que consolidou o local como uma importante referência na cena cultural e gastronômica da cidade.

Exposição C.D.M. admite: 4 anos de embuste (não mais preocupado com a própria direção) fica aberta gratuitamente ao público de 22/09 a 05/10, de segunda a sexta-feira das 20h00 às 23h30. Fondo Blanco Restobar: rua Voluntários da Pátria, 771 – Centro, Pelotas – RS

Coletivo C.D.M. – Centro de Desintoxicação Midiática – www.grupocdm.org

SANTANA, Carlos; BERG, Jan; VENCESLAO, Juliano.

“Parece-me oportuno examinar o conjunto de ações-ambientes do coletivo C.D.M. pelo seu caráter de não-ineditismo. Parte desta produção já transitou por alguns lugares – paredes, muros, tapumes de construção civil, paradas de ônibus, postes de iluminação pública e, até mesmo, instituições disciplinares. Cabe ressaltar que tal abordagem não enfraquece a potência de suas ações. Observadas sob a ótica do já-visto, tais interferências tornam-se “re-ações públicas”[1], configurando uma espécie de looping em contra-ataque. Por meio desta mostra, o coletivo C.D.M. nos apresenta um acervo que deflagra um dos sintomas da coréia artística atual – a subversão de técnicas e artifícios da comunicação, manipulando suas linguagens ao avesso.

De resto, podemos constatar que, não só, “a propaganda está cada vez melhor”[2], como também, a arte está...”
Athaíde Rodrigues

Conhecido e ativo crítico de arte do centro-sul do Brasil

[1] Termo cunhado pelo coletivo C.D.M. para designar suas ações-ambientes.

[2] Referência à Re-ação Pública V, realizada em 2006, na cidade de Pelotas.

18 de set. de 2007

Campanha Pela cultura da Paz no dia-a-dia




Quando fui procurado pelos amigos Ricardo Rojas e Simone Ramos, numa noite dessas para uma campanha da Paz, trocamos várias idéias e rapidamente chegamos a conclusão que seria muito importante uma movimentaçao pela internet, mais precisamente no site de relacionamentos do orkut. O ciberativismo faz suas ações de diversas formas, assinando documentos para reivindicar soluções e deliberações em âmbito legal e político, através de hackers e em campanhas através de sites e blogs. A nossa campanha PELA CULTURA DA PAZ é específica da cultura visual, onde para participar basta trocar a sua foto no perfil pela foto da campanha e/ou deixar em seus recados e nos dos seus amigos, a imagem adequada para recados. Aqui estão as duas imagens que fiz: Uma para perfil e outra para recados.
Mãos porque a paz deve ser constrúida por mulheres e homens; com todas as cores, pela diversidade a ser preservada contra os conflitos etnicos e de raça; não coloquei a corriqueira pomba branca, por que está muito identificada com os movimentos de paz feita no calor de atentados e quando a elite se vê afetada pela violência que ela mesmo contruiu; e por fim, utilizamos a Internet pela possibilidade de mobilização viral que a cibercultura proporciona!
Participe do nosso movimento colando as imagens no orkut.

17 de set. de 2007

chuecaWiFi em Madri


"Na cidade de Madri, o bairro de Chueco, alcançou 90% de coberturta de internet sem fio. São mais de 200 hotspots já instalados. Estima-se que até o fim do ano esse número chegue a 300. O projeto chuecaWiFi, iniciado no início de junho, é uma idéia da revista Zero e pela empresa de internet móvel FON e teve uma grande aceitação por parte dos moradores e comerciantes do bairro. Abaixo alguns trechos de uma matéria publicado no Elmundo. "El proyecto chuecaWiFi, impulsado a principios de junio por la revista 'Zero' y FON, ha sido un "éxito", según el director de Marketing de FON España, Alberto Méndez. Un éxito que "se debe a la participación activa de los vecinos y comerciantes del barrio, que ha permitido un crecimiento viral y acelerado del movimiento en un tiempo récord", dice Méndez. En los próximos meses 'chuecaWiFi' se consolidará. "Nuestro objetivo es acabar el año con más de 300 puntos de acceso y extender la conexión a Internet más allá del perímetro urbano del barrio de Chueca", añade. El lanzamiento de 'chuecaWiFi' coincidió con la pasada celebración del 'Europride' y se ha convertido en un fenómeno sociológico. "Los vecinos de Chueca se caracterizan por su modernidad y rápida adopción de las últimas tendencias, y 'chuecaWiFi' ha generado un importante sentimiento de pertenencia. Vecinos y comerciantes se han identificado con un proyecto revolucionario que crea nuevas maneras de vivir y trabajar en el barrio y de relación con los visitantes", apunta el directivo de FON. Basta visitar el barrio para ver una nueva realidad urbana, "vecinos que han desplazado su puesto de trabajo a la plaza o al bar de moda, que celebran sus reuniones profesionales en la cafetería de la esquina o gente en tránsito que acude a Chueca porque sabe que allí encontrará una conexión a Internet", concluye Méndez." Foto: Elmundo; Fonte: blog do André Lemos

15 de set. de 2007

Yeda Paulista festeja venda do Banco dos Gaúchos

A Assembléia Legislativa celebrou, hoje, os 79 anos do Banrisul. De minha parte, comemoro apenas os 57% que permanecem efetivamente públicos naquela que deve ser a instituição financeira de todos os gaúchos. Sim, porque no ano do 79º aniversário, quase metade, 43% das ações do Banrisul foram vendidas para o capital privado estrangeiro. O pior é que quem vendeu foi um governo que se elegeu negando veementemente sua intenção de privatizar o banco. Yeda dizia que o PT fazia terrorismo quando dizia, na campanha, que sua verdadeira intenção era entregar o banco à iniciativa privada. Pois com menos de um ano de governo, a mesma Yeda comemorava com champagne na Bolsa de Valores de São Paulo a abertura do capital do banco para... a iniciativa privada.
Sem diálogo para piorar as coisas, a venda das ações se deu sem qualquer diálogo com a sociedade gaúcha, com o Poder Legislativo, com o sindicatos dos bancários e com os funcionários e correntistas do banco.

www.deputadobohngass.com.br

13 de set. de 2007

Arte Eletrônica

2 de set. de 2007

Dez anos depois, 107 ações questionam privatização da Vale


No último sábado, movimentos sociais deram início a campanha por plebiscito sobre a reestatização daVale do Rio Doce. Dez anos depois, a privatização da mineradora ainda é questionada na Justiça. Ao todo 107 medidas judiciais entre ações populares e ações civis públicas constroem a reverção da venda, realizada em maio de 1997. O plebiscito está marcado para 7 de setembro, quando ocorrerá a marcha do Grito dos Excluídos.

Atualmente, o destino da maioria dos processos que questionam a privatização depende de uma decisão da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre um recurso da mineradora para impedir o julgamento, que está parado.

Às vésperas do leilão da companhia, que ocorreu em 6 de maio de 1997, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu juntar todas as ações que propunham a suspensão do processo, para evitar decisões conflitantes sobre o mesmo tema. As ações foram então encaminhadas à Justiça Federal em Belém.

Em outubro de 2005, a desembargadora Selene Maria de Almeida devolveu todos os processos à Justiça Federal em Belém e ordenou o julgamento do mérito dessas ações e a realização de perícias nos documentos da privatização da Vale.

A mineradora recorreu ao STJ, pedindo que as 69 ações populares que tramitam em Brasília sejam sepultadas. A companhia alega que o TRF contrariou a primeira decisão do STJ, para que todos os processos relativos ao assunto tivessem tratamento igual ao de uma ação do Ministério Público Federal arquivada pela Justiça Federal em Belém.

Dos oito juízes do STJ aptos a votar, apenas dois se manifestaram favoráveis à Vale: Luiz Fux e José Delgado. Em junho deste ano, o ministro João Otávio Noronha pediu vista do processo, o que paralisou o julgamento.

Procurada pela Agência Brasil, a Vale do Rio Doce afirmou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não vai se manifestar sobre a venda da empresa. Também não quis se manifestar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pelo Programa Nacional de Desestatização, no qual a Vale foi privatizada.

1 milhão de pessoas, 192 países, 1 voz


Em apenas 6 meses mais de 1 milhão de pessoas de todos os cantos da terra já participaram das ações da Avaaz. Isso é incrível, pois demonstra quantas pessoas se preocupam com assuntos desde o aquecimento global até os conflitos no Oriente Médio. Nossa missão é fechar a brecha entre o mundo que temos e o mundo que queremos. Esse é um bom momento para olharmos para trás e vermos nossas conquistas nesses últimos 6 meses. Clique no link para ver um breve resumo do que aconteceu em nossas campanhas e que impacto elas tiveram:
http://www.avaaz.org/po/report_back_1/?cl=17069719

Petição ao Senado Federal contra as limitações do uso da internet

Petição por uma Internet Democrática

Consulta Pública da Agência Nacional de Telecomunicações propõe severas limitações ao uso do espectro eletromagnético, que podem inviabilizar redes comunitárias e outras iniciativas de inclusão digital. Rits, Intervozes e Associação Software Livre manifestam-se contra a proposta.
Aqui no CulturaLIVRE, tu podes clicar no banner da petição ao Senado Federal para assiná-la.