21 de jul. de 2007

AUTO-RETRATO NA SALA DE FAX - ALEX CABISTANI


I - "Ensaios mil e agora este improviso.../ A história é fútil, mas a casa é cheia.../ Os contra-sensos turvam meu juízo.// O que será menos falso afinal:/ A minha tristeza dissimulada/ Ou esta alegria profissional?!" Inauguração;
II - "Mas essa dor na consciência de quem/ Não engole livros por pressão vã.../ Faria Mestrado em Protelações/ Se eu morresse amanhã!" (...) Flauta Doce;
III - "Eras linda como um anjo,/ Agora não lembro mais./ Não guardei nenhuma foto,/ Sonhei nós dois imortais./ O teu endereço eu tenho,/ Mas tu não moras mais lá..." Acontecer;
IV - "Voltei pra casa descalço./ Troquei um sonho deserto/ De laranjas não provadas/ Por rosas embriagadas/ De um beijo alcoólico a três." Amaro;
V - "Bíceps/ tórax/ cóccix/ sexo/ ficções./ Animal desejo de ser gente.// A adolescência é um estado de espinhas." Tardes de Primavera;
VI - "Eu não provei de vosso vinho,/ De vossos canapés azinhavrados,/ Não mendiguei lassos prefácios nem orelhas,/ Não masturbei vossos lingotes mal lavrados./ Eu não confraternizei./ Fui antipático. Anti-séptico. Anti-society./ Não arrotei vosso peru brindando Sprite." (...) Ouropel;
VII - "Quando pequeno,/ Era uma criança sem graça./ Com o tempo, as coisas mudaram:/ Hoje sou um adulto sem graça." Metamorfose;
VIII - "Morreu implorando por um abraço,/ Sufocado pelo excesso de nada,/ Num ritual de dor solitário e drástico./ Pobre garoto urbano!/ Seus companheiros eram de plástico,/ E seus universos, de pedra..." In vitro;
IX - "Não sintam muito. Não lamentem./ Eu tenho o respaldo dos deuses./ Andarilho errante/ Nesta marcha acertada.// Sobre paralelepípedos/ Sobre o musgo da História/ Eu vou fazendo/ A minha história." Errante.

Um comentário:

CABISTANI disse...

Obrigado, Artista!

Fiquei imensamente feliz com a homenagem. Parabéns pelo im/pertinente blog! Pelotas precisa de espaços assim! Abraços radiocomunitários!