9 de jun. de 2007

Lula reivindica mais espaço nas discussões do G8

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reivindicou que o Brasil tenha maior peso nas decisões da reunião do G8, da qual participa como convidado.

"Nós somos convidados, não temos incidência sobre o resultado geral", disse Lula após uma reunião com os líderes dos quatro outros países emergentes convidados (China, Índia, México e África do Sul) para a reunião na Alemanha. Lula destacou como "importante", porém, o fato de as discussões do G8 (formado por Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália, mais a Rússia) não serem mais feitas "sem levar em conta países como o G5". Os cinco países já participaram das últimas duas reuniões de cúpula do G8, em Gleneagles, na Escócia (2005), e em São Petersburgo, na Rússia (2006).
A reivindicação de Lula foi feita com mais ênfase pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Não faz sentido de que chegamos lá quando o documento do G8 já está pronto", disse Amorim, acrescentando que os países reunidos no G5 representam metade da população do mundo. Um comunicado conjunto divulgado pelo Itamaraty informa que os líderes do G5 reafirmaram no encontro "sua convicção comum de que os países em desenvolvimento devem participar mais ativamente na consolidação de estratégias e iniciativas que lidem efetivamente com os desafios de um mundo globalizado e crescentemente interdependente".
Ainda segundo o comunicado, os cinco países, baseados em sua inegável força política e econômica, podem "contribuir decisivamente" para aumentar essa participação.

Comércio
Lula também voltou a cobrar avanços da Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio). "O mundo rico precisa abrir mão dos subsídios e abrir seus mercados aos produtos agrícolas dos países em desenvolvimento." O presidente disse defender essa posição não só pelo Brasil que, segundo ele, tem competitividade em produtos agrícolas, mas principalmente em nome de países mais dependentes da exportação desses produtos.
Segundo Lula, os países em desenvolvimento estão dispostos a flexibilizar suas posições e a fazer sacrifícios, mas as concessões precisam ser "proporcionais". "Só o fato de ser o pobre já é um grande sacrifício." O presidente também cobrou ajuda dos países ricos para o cumprimento das metas do milênio estabelecidas em 2000 pela ONU. As metas, que incluem a redução da pobreza pela metade até 2015, foram discutidas na reunião do G5 nesta quinta-feira. Segundo Lula, os países ricos precisam fazer mais projetos de desenvolvimento nos países pobres.

Nenhum comentário: